17/02/2011

um rei que não se cala: nem por fora nem por dentro

Palavras soltas em conversas que não se cruzam mas fazem crer que sim. Memórias de quem tem medo de si, num espaço e tempo que quer esquecer e assim se descontrola.
Quer falar e não consegue. Quer acreditar, mas não confia. Não se confia.
Um pai duro. Um família que é uma empresa.
Um rei que não quer. Um quer que não rei. [?]
Um discurso que se entala, na ode de sinapses obscuras de uma infância dura.
Não o sabe. Ou saberá?
Lá foram Aqueles que não querem ser tocados nem olhados,
Muito menos por quem menos que nobre é,
Na esperança de uma cura. DURA.
Aqueles que vivem numa imagem construída por tradições, imagens e rituais.
Aqueles que não vivem mas se consomem numa atitude que pouco diz: gaguejante.
Uma casa pobre que acolhe. Uma esposa que entende sem perguntar.
Não nobre (este sim) é artista, improvisador, com sentido humano; dos humanos mesmo.
Quer saber mais dos outros que de si mas não se ignora.
Não nobre brinca com os filhos, entrega-se, cede mas não se cede. Integro, assim parece.
Não há método. Há relação. Há paixão e transformação. Restabelece-se ligação: reconfigura-se o sentido. Valoriza-se o perdido, reencontrando-o. Conserta-se o passado, com vontade num Presente, que sem controlo acaba por se transformar num Futuro ideal.
Assim parece e se sentiu num filme visto, quase até ao fim, num cinema em que a trovoada impediu a máquina de projectar no tempo previsto.

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